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Motta sofre pressão do mercado financeiro para derrubar novo IOF

Do UOL, em Brasília

29/05/2025 17h53Atualizada em 29/05/2025 22h09

A oposição na Câmara dos Deputados é a autora dos projetos legislativos que pedem a derrubada do decreto do IOF, mas é o mercado financeiro o maior responsável pela pressão que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sofre para reverter o cenário.

O que aconteceu

O presidente da Câmara tem bom trânsito no mercado financeiro. Aliados de Motta afirmam que o deputado sempre dialogou com esse setor, além de participar de eventos, como Lide e Esfera Brasil. Empresários viram com bons olhos a chegada dele ao comando da Casa. Na avaliação de líderes, o perfil de Motta converge com o que o mercado defende, por isso a pressão por uma resolução na crise do IOF é maior.

Motta deu até 10 de junho para que o governo apresente uma alternativa. O presidente da Câmara ajustou o prazo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depois de uma semana de pressão para pautar o projeto que suspende o aumento do IOF. A expectativa é que a temperatura diminua na próxima semana, quando acontece o Fórum Parlamentar dos Brics. A Casa terá apenas votações remotas.

O paraibano tem buscado soluções para evitar que os projetos sejam votados. Lideranças ouvidas pelo UOL afirmaram que o presidente da Câmara quer ajudar Haddad, com quem tem uma relação próxima, e tem conversado com o ministro para encontrar uma solução viável.

Lideranças avaliam que o deputado prefere achar uma alternativa que evite o desgaste de derrubar uma medida do governo no plenário. Líderes dizem ainda que o encontro de Motta e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com o presidente Lula ajudou a atenuar a crise no Congresso.

Haddad explicou o risco de derrubar decreto do IOF aos chefes do Congresso. A pedido de Motta, o ministro da Fazenda foi à residência oficial da Câmara para tratar do tema. No encontro, o chefe da equipe econômica afirmou que, se o aumento do IOF não for levado adiante, serão necessários mais cortes no Orçamento da União, inclusive em emendas parlamentares.

"Precisamos rever o cenário atual", disse o presidente da Câmara. Motta defende que o governo deve definir medidas estruturantes e discutir temas como a revisão dos benefícios fiscais, a desvinculação das receitas e a reforma istrativa.

Emendas parlamentares podem ser afetadas. "Não é assunto proibido", disse Motta. "Se todos forem cortar [verbas], o Congresso sabe que também as emendas deverão ser cortadas e reavaliadas." A falta dos recursos arrecadados com o IOF poderia bloquear mais R$ 5 bilhões em emendas.

Governo já analisa alternativas para reverter queda do decreto do IOF. Entre as opções, estão o projeto de lei que o governo enviou para autorizar a venda de petróleo em áreas do pré-sal. A previsão de arrecadação do Executivo com essa medida é de R$ 15 bilhões. Outra possibilidade é a tributação das apostas esportivas, as bets, e aumentar a taxação das fintechs.

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