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Mercado mantém projeção de Selic a 14,75% ao ano até ao fim de 2025

Ueslei Marcelino/Reuters
Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/06/2025 08h35

As projeções apresentadas hoje pelo Relatório Focus apontam para a manutenção da taxa básica de juros em 14,75% ano ano, maior patamar desde junho de 2006, até o fim deste ano. Ao mesmo tempo, os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) reduziram para 5,44% as expectativas de inflação para 2025.

Como devem ficar os juros

Mercado financeiro projeta o fim do ciclo de alta dos juros. As perspectivas apontam que a taxa Selic permanecerá inalterada em 14,75% ao ano até o fim de 2025.

O Copom (Comitê de Política Monetária) ainda realiza mais cinco definições sobre os juros neste ano. As reuniões acontecerão nos meses de junho, julho, setembro, novembro e dezembro.

Diretores do BC deixaram o fim do ciclo de alta da taxa Selic em aberto. Na ata da última reunião, o Copom defendeu o compromisso de devolver a inflação para o centro da meta e ressaltou que os próximos os permanecem incertos, devido a um "cenário de elevada incerteza".

Com relação à próxima reunião, o Comitê avaliou que o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.
Ata da 270ª reunião do Copom

Expectativa pela manutenção da taxa básica de juros não é unânime. Na semana ada, parte dos analistas ou a entender que a melhor alternativa seria a elevação da taxa Selic em 0,25 ponto percentual na próxima semana. "Essa mudança reflete a mudança de tom usado pelo Copom, que ou a indicar implicitamente a possibilidade de novos aumentos", avalia a equipe de macroeconomia do ASA, em relatório.

Previsões para a taxa Selic nos próximos anos seguem estáveis. Apesar das divergências, a mediana entre os analistas consultados pelo BC mantém as projeções de recuo gradual dos juros básicos para 12,5% ao ano ao final de 2026. Para 2027 e 2028, o arrefecimento indica que as taxas serão de 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Taxa Selic é o principal instrumento de política monetária para conter a inflação. Com o recente avanço dos preços, a elevação dos juros básicos é utilizada como alternativa para limitar o consumo e inibir, consequentemente, segurar a alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Como deve ser a inflação

Analistas preveem inflação em 5,44% ao final deste ano. A variação é menor do que a estimada na semana anterior pela segunda vez seguida. Na semana ada, o mercado projetava alta de 5,46% no acumulado dos 12 meses finalizados em dezembro. Há quatro semanas, a projeção sinalizava para uma alta de 5,51% do IPCA em 2025.

Apesar da queda, projeção mantém IPCA acima do teto da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para a inflação é de 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%. A partir deste ano, o BC precisa justificar cada furo da meta no acumulado em 12 meses por seis meses consecutivos.

IPCA projetado para o mês de maio é de 0,56%. Se confirmado, o percentual a ser divulgado amanhã resultará na perda de força do índice em relação à variação de abril, quando a alta dos preços foi puxada pelo aumento das contas de energia elétrica e dos medicamentos.

Expectativas para 2026, 2027 e 2028 seguem inalteradas. Para o ano que vem, as projeções apontam para variação de 4,5% do índice de preços. Já para os dois anos seguintes, a variação esperada permanece em 4% e 3,85%, respectivamente.

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