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Fonseca destaca diferencial de top 10 que teve em Paris: 'Ser brilhante'

João Fonseca na segunda rodada de Roland Garros em 2025 - Clive Brunskill/Getty Images
João Fonseca na segunda rodada de Roland Garros em 2025 Imagem: Clive Brunskill/Getty Images
do UOL

Do UOL, em São Paulo

29/05/2025 17h22Atualizada em 29/05/2025 18h47

João Fonseca avançou à terceira rodada de Roland Garros com direito a brilho nos "momentos importantes" que diferenciam os jogadores do top 10 dos demais do circuito, conforme avaliou. O brasileiro de 18 anos bateu o francês Herbert em sets diretos, tendo sobrevivido a dois tiebreaks e até revertendo desvantagem em um deles.

No tiebreak do segundo set, eu estava perdendo por 3 a 0 e fiz alguns ótimos golpes. Fiz dois bons saques, depois devolvi um dropshot e fui a 3 a 3. Eu acho que é a diferença entre os bons jogadores do top 50 e os do top 10: eles precisam ser brilhantes. Eles precisam saber como jogar em momentos importantes.

Estou feliz com a forma como eu joguei nesses momentos importantes. Fui bem mentalmente durante todo o jogo. Eu diria que os brasileiros, quando estão com problemas, eles acham um jeito de se manejar. Então, eu diria, em momentos importantes, eu só tentei ser bravo, ter coragem.
João Fonseca, em entrevista coletiva

O que aconteceu

João despachou Herbert em batalha de 2h54 min. Apesar do 3 a 0 a favor na parcial, o brasileiro não teve vida fácil e conseguiu levar a melhor nos dois primeiros sets, muito longos, no tiebreak de ambos.

O carioca não se abalou com as adversidades e cresceu nos pontos decisivos. Diferentemente da estreia, quando atropelou Hurkacz, ele precisou correr atrás no placar nas duas primeiras parciais e superar a pressão da torcida da casa.

Fonseca avançou à terceira rodada de um Grand Slam pela primeira vez na carreira. Ele disputa o seu segundo torneio de tal calibre, após ter feito a primeira aparição no Australian Open. Foi o seu quarto jogo de melhor de cinco sets.

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João Fonseca comemora durante vitória sobre Herbert na 2ª rodada em Paris
Imagem: Anne-Christine Poujoulat / AFP

Estou me sentindo bem. Houve muita tensão neste jogo e no outro, neste foram dois tiebreaks. Os primeiros dois setes foram muito longos, acho que foram três horas de jogo. Foi difícil, mas estou me sentindo bem. Estou me sentindo preparado. Se eu precisasse jogar mais dois sets, eu estaria lá. Felizmente, meu treinador físico está fazendo um bom trabalho e estou me sentindo bem para jogar a terceira rodada.
Fonseca

Ele enfrenta na próxima fase o britânico Jack Draper, que superou Gael Monfils.

O que mais Fonseca disse

Emoções na partida: "Tive muitas emoções. Ir para a terceira rodada era um sonho, e depois vi a minha avó entrando na quadra, ela estava chorando. É muito legal. E é o aniversário da minha mãe, o que faz isso mais especial. Estar na terceira rodada é incrível. Estou muito feliz com a forma como joguei hoje".

Fonsequismo na torcida: "Quando eu joguei o Rio nesse ano, só falavam desse 'Fonsequismo', torcida 'Fonsequizada'. Hoje uma menininha estava com uma camisa 'Fonsequizada', achei demais. Acho que esse carinho com a torcida brasileira, acho que é muito legal".

Inspirar a nova geração: "Eu tenho 18 anos, então, há três anos, era eu pedindo autógrafo para os jogadores. Atualmente vejo criancinhas se inspirando em mim. Me mandam foto que eu sendo tema do aniversário de uma criança. É muito especial esse carinho, é uma honra mesmo. Espero seguir inspirando crianças, tentar dar o meu melhor. Com certeza eu vou trabalhar o máximo que eu consigo para realmente valer a pena tudo isso".

Barulho na arquibancada: "Eu vim do Brasil, então. Eu fui a muitos jogos de futebol. É alto. Os brasileiros também são altos. Eu respeito e acho que é legal. A rivalidade entre as torcidas. Hoje foi muito legal ver os brasileiros chamando meu nome, e os ses chamando o nome do Herbert. Para mim, é bom. Espero que eles respeitem mais entre os serviços e os pontos. E respeitem os jogadores, mas para mim, tudo bem".

"Às vezes eu me arrepio quando as pessoas estão gritando ou eu faço um bom ponto e eles estão chamando o meu nome. É muito legal, é uma vibe que eu não consigo explicar. É incrível representar o seu país e eles estão torcendo por você. Depois do jogo eu não consigo falar porque gritam tão alto e fazem muito barulho. É muito legal, é uma vibe incrível".

Próximo rival: "O Jack é um ótimo cara. Eu sempre o por ele e ele fala comigo. Ele é muito legal. O Gael é uma legenda. Para mim, jogar contra ele seria um prazer. Vou assistir o jogo deles e vou descansar amanhã para ver como vai. Ambos são bons jogadores. O Jack está jogando incrivelmente nos últimos dois anos. Vai ser bom jogar na terceira rodada. Se o meu jogo for sábado a noite, ok. Se não, ok também. Eu não sou o que escolhe, vou fazer o meu melhor".

Linguagem corporal: "O meu treinador me diz muito sobre a linguagem do corpo. Nós vemos muito em Nadal, Djokovic e Federer. A linguagem do corpo deles é incrível. Temos que seguir os os deles e seguirmos positivos. Há momentos ruins e momentos bons, mas os últimos são melhores. Temos que ficarmos positivos o tempo todo. É uma coisa que eu pratico muito. Eu tento praticar... Também nas práticas, quando as práticas são difíceis ou eu estou jogando mal, eu só tento ficar positivo e focar no que eu preciso fazer, no exercício e tudo mais. Mas no campeonato eu só tento ficar positivo o tempo todo e focar nas coisas boas, no que eu posso melhorar. A postura é muito boa e as coisas estão indo bem. Eu acho que o Pierre estava fazendo uma boa postura hoje. Ele estava sempre positivo durante o jogo. Isso me fez jogar o meu melhor o tempo todo."

Choro ao ver a avó: "Na verdade eu não era um dos netinhos mais favoritos e eu fui virando Assim porque eu sempre fui mais próximo. Diria que o meu avô, marido dela, é o mais fanático, é o jogador de carta, que eu já falei muitas vezes que eu gosto de jogar carta com ele. Mas, infelizmente, ele não consegue viajar mais. Ele prefere ficar em casa e se sente melhor. Ele fica muito nervoso durante os jogos. E minha avó já é mais guerreira. Ela gosta de viajar. Acho que já veio para Paris assistir Roland Garros mais de 20 vezes. Ela é fascinada por Paris. E foi até uma surpresa ver ela aqui. Não sabia que ela estava. Então, quando eu vi ela na quadra, eu vi ela meio que chorando. Eu nunca tinha visto ela chorar direito. Daí eu fiquei emocionado na hora, óbvio. E é muito legal ver esses momentos, ter a família por perto, torcendo e isso eu tenho que dar graças a Deus que minha família é presente e me ajuda muito nessa parte mental

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