Topo
Esporte

Fonseca faz autoanálise de queda em Paris e revela objetivo pessoal no ano

João Fonseca reconheceu seu nervosismo e a atuação abaixo do potencial na eliminação para Jack Draper em Roland Garros. O brasileiro de 18 anos valorizou o aprendizado em seu segundo Grand Slam e traçou um objetivo pessoal até o fim desta temporada.

Eu quero jogar os grandes torneios. Agora com o meu ranking eu posso jogar, mas eu quero estar nas chaves principais, jogar todos os ATP 500. Talvez o top 40 [seja o objetivo], algo assim. No final do ano, o meu objetivo é ser um cabeça de chave na Austrália. Eu sei que precisamos de tempo. Precisamos de semanas, resultados, mas é meu objetivo pessoal e é o que eu penso.
João Fonseca, na entrevista após a queda em Paris

Estou melhorando e aprendendo. Eu não me sinto mal sobre essa derrota. Ele é um ótimo jogador, eu sei que não joguei o meu melhor, mas agora precisamos continuar. Pensar nas próximas semanas, na temporada de grama. É apenas o começo, então vamos continuar aprendendo e praticando.

Se eu quero alcançar coisas boas no esporte, eu preciso jogar com esses tipos de jogadores, jogar cinco sets contra um top 5. Ele é um dos melhores que eu enfrentei esse ano. Foi uma experiência e eu não joguei o meu melhor, posso afirmar, mas Jack jogou muito bem. Talvez no começo dos sets eu pudesse jogar melhor. Quando ele começou a me quebrar muito cedo, ele ou a jogar incrivelmente, ir atrás dos golpes. Ele pensa o jogo um pouco mais, esse é o meu ponto de vista de hoje.

O que aconteceu

João foi eliminado em Paris para Jack Draper, número 5 do mundo. O britânico fez uma partida impecável, conseguiu anular as armas do brasileiro e avançou às oitavas por 3 sets a 0, parciais de 6/2, 6/4 e 6/2.

O carioca de 18 anos chegou à terceira fase de um Grand Slam pela primeira vez. Ele disputou um torneio de tal calibre pela segunda vez na carreira. Sua estreia foi em janeiro deste ano, quando furou o qualificatório e foi até a segunda fase da chave principal do Australian Open.

O brasileiro confirmou a sua melhor posição no ranking com a campanha. João começou o torneio como 65º do mundo, está atualmente em 55º no Live Ranking da ATP e terminará Roland Garros acima da posição 59, a sua melhor até então. Apenas três adversários que estão atrás do brasileiro na lista ainda podem ultraá-lo no torneio, então Fonseca só pode cair para 58º.

Para ser cabeça de chave em um Grand Slam, Fonseca precisa estar entre os 32 melhores do mundo. Nesse caso, ele não precisa contar com desistências para ser um dos top ranqueados na disputa.

Fonseca agora muda o foco para a grama voltará à quadra no meio de junho para o ATP 500 de Halle, na Alemanha. No final do próximo mês, ele fará sua estreia em Wimbledon.

O que mais Fonseca disse

Vencer mesmo em dia abaixo: "Isso vem com experiência. Ainda estou aprendendo sobre isso [ganhar mesmo não jogando bem], ainda estou aprendendo sobre jogar com 5 sets, as coisas podem mudar rapidamente. Quando eu terminei o segundo set, o meu treinador me disse para encontrar meu ritmo e continuar jogando. 'Talvez você vai quebrá-lo, ele faz uma dupla falta e as coisas começam a mudar'. Eu ainda estou aprendendo sobre isso e é bom ver isso porque às vezes eu jogo mal e preciso seguir em frente".

Nervosismo no início: "Nos primeiros duas games, ambos estávamos supernervosos. Quando ele me quebrou cedo, ele começou a jogar o seu jogo, indo para os golpes, e eu ainda estava tentando encontrar o jeito de jogar. Mas, ao mesmo tempo, ele jogou bem, às vezes, eu podia ficar mais paciente e tentar fazer algo diferente. Mas foi difícil para mim encontrar o caminho. Esse foi o aprendizado de hoje e agora vamos continuar".

Experiência em Grand Slams: "Na Austrália eu não sabia nem como era direito jogar com um 5 sets. Na verdade eu já tinha treinado muitas vezes, mas jogar assim mesmo, pensava: 'Será que eu aguentaria?' Então esse é o meu pensamento. Acho que hoje fisicamente eu tô muito bem. Durante todos os jogos que eu já fiz aqui, até mesmo na Austrália, eu me senti bem fisicamente depois. Fisicamente falando eu estou bem, acho que é ajustar a parte mental do jogo".

Jogo quente em Paris: "Acho que estou mais acostumado com ele com esse clima mais quente. Ele é de Londres, eu sou do Rio, então eu diria que tava me favorecendo essa parte. A bola estava pegando mais forte, eu também bato forte, então não diferencia tanto, mas estava incomodando as bolas que ele fazia altas".

Bons jogadores, boas defesas: "Eu estava comandando os pontos bem, ele conseguia voltar com uma bola defensiva muito boa, funda, e já neutralizava o ponto, recomeçava tudo. E são essas coisas eu estou aprendendo. Esses caras são muito bons, eles fazem isso, eles defendem muito bem e tem que recomeçar".

Esporte