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Presidente interino do Corinthians legitima protesto: 'Não foi invasão, vieram conversar'

São Paulo

03/06/2025 22h50

Eram quase 21h desta terça-feira quando Osmar Stabile, presidente interino do Corinthians, atendeu à imprensa na porta do Parque São Jorge para falar sobre a invasão de mais 100 torcedores horas antes na sede social do clube.

Stabile e o vice-presidente, Armando Mendonça, se reuniram com lideranças das organizadas que protestaram nesta terça-feira. Segundo o cartola, a conversa foi amistosa. Ele nem considerou o ato uma invasão.

"Houve uma invasão no sábado, hoje eles vieram para conversar e colocaram as reivindicações, o que eles querem", disse o dirigente, que chamou de "stakeholders" (parte interessada) os torcedores. "Quem quer ser presidente do Corinthians tem que saber que essas coisas acontecem e temos que atender."

O presidente interino não quis falar sobre a política do clube nem respondeu se a atual crise é a pior ou uma das piores da história do clube, acossado por seguidas más istrações. Evitou também comentar a respeito das declarações de Augusto Melo, que segue falando como presidente do clube, embora tenha sido afastado do cargo.

Stabile argumentou que escolheu diretores que compam gestões antigas, como Carlos Roberto Auricchio, conhecido como Nenê do Posto por causa do curto tempo de gestão - ele comanda o clube ao menos até 9 de agosto, data da assembleia de sócios para referendar ou não o impeachment de Melo.

"Não tenho tempo suficiente, prefiro pegar pessoas que conhecem que eu sei que pode ajudar. A gente quer mudar a filosofia, quer trazer muitas empresas multinacionais pra cá, com gestão responsável e governança."

As uniformizadas classificaram o ato como uma "ocupação" e afirmaram que ação foi pacífica. Entre as principais reivindicações da torcida estão sócio-torcedor com direito a voto, mudança de estatuto e punição aos responsáveis que deixaram dívidas em suas gestões, além da proibição da entrada de empresários no CT das categorias de base. "Nenhum empresário vai entrar no CT da base", prometeu Stabile.

No fim da tarde, Alexandre Pereira, presidente da Gaviões da Fiel, fez um longo e inflamado discurso em frente ao Parque São Jorge. Repetiu que é urgente a reforma do estatuto e disse que Augusto Melo mentiu para os torcedores.

"Augusto mentiu pra gente, demos um voto de confiança para o Osmar (Stabile)", enfatizou o líder da Gaviões". Chegamos ao ponto de jogadores falarem que a política está afetando no campo", queixou-se Pereira.

"Temos que falar com o Romeu Tuma primeira. O Corinthians vai respirar. Se não mudar, vamos trancar todo mundo em uma sala e só vai ser quando resolverem. Pelo amor de Deus, a gente não aguenta mais. Todo dia uma notícia triste, o time na página policial. A revolução começa agora", continuou.

A maioria dos torcedores foi embora antes das 19h. Alguns poucos acompanharam a conversa de Stabile com a imprensa. Ao final da entrevista, um deles cobrou: "A Fiel está de olho". O presidente aquiesceu e saiu.

A Polícia Militar foi acionada e deslocou equipes do batalhão de área e do 3º Batalhão de Polícia de Choque (3º BPChq) para o local. A última viatura deixou o local antes das 20h.

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