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Brasil ganha esperança com Ancelotti e leque de 70 nomes a um ano da Copa

do UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/06/2025 05h30

A última Data Fifa e a contratação de Carlo Ancelotti fizeram uma diferença e tanto para a forma com a qual a seleção brasileira se vê e é vista a exatamente um ano do início da Copa do Mundo de 2026.

Ainda é cedo. Mas com a vaga confirmada ontem, após a vitória sobre o Paraguai, a seleção brasileira já consegue olhar de forma concreta — e mais segura — para o que pode fazer nos Estados Unidos, no México e no Canadá.

O ponto de partida está no fato de que Ancelotti revigorou a esperança de uma seleção que cambaleou desde o golpe que foi cair para a Croácia nos pênaltis no Qatar.

Com parte do ciclo jogada fora com interinos (Ramon Menezes e Diniz) e uma agem ruim de Dorival, o tempo ficou curto. Mas a perspectiva de crescimento ao longo dos próximos 365 dias contagia até os jogadores.

"Sabemos que não temos tempo, mas no futebol pode acontecer de tudo. Cabe a nós ter atitude. Foi o que mais gostei na minha volta. A atitude foi incrível. Esse é o caminho, o mínimo que podemos fazer dentro de campo", disse Casemiro.

Em termos de jogos, há seis na agenda para 2025. Dois pelas Eliminatórias e quatro amistosos. Em 2026, mais dois na Data Fifa de março, a última antes da convocação final.

Olhar ampliado

O grupo, inclusive, é algo que Ancelotti não quer nem saber de fechar agora. Apesar de ter elogiado muito os 25 convocados para a última Data Fifa. Ou melhor, 26, se Rodrygo, um dos seus pupilos entrar na conta, e 27, considerando Neymar.

O exercício de acrescentar selecionáveis pode ir longe. E, na verdade, vai mesmo. Porque o técnico já avisou: vai observar um leque amplo, de aproximadamente 70 jogadores nos próximos meses.

"Tenho uma lista muito ampla de jogadores. Brasil, Europa, Arábia. Mais ou menos um 70. Teremos tempo para avaliar cada um desses jogadores. Todos eles podem chegar ao Mundial", disse Ancelotti.

Dá para descansar?

Mas primeiro, férias.

Dá para descansar porque o técnico sabe que tem um alicerce para desenvolver o trabalho. Nisso entram jogadores mais experientes, como Casemiro, Alisson e Marquinhos.

E há ainda os mais badalados da geração, que estão na discussão ou até já ganharam o prêmio de melhor do mundo: Vini Jr. e Raphinha.

Na ala jovem, Estêvão desponta, enquanto Endrick perdeu espaço no Real Madrid do próprio Ancelotti e, consequentemente, na seleção.

Apesar da reorganização nítida, o Brasil tem lacunas a resolver. Defensivamente, evoluiu — apesar de não ter laterais na primeira prateleira. Foram dois jogos seguidos sem sofrer gol. Algo crucial para fazer cicatrizar o 4 a 1 da Argentina.

Ofensivamente, ainda precisa achar a melhor sincronia e uma solução definitiva para o papel de centroavante.

A um ano para a Copa, o Brasil se vê atrás de seleções como Espanha, Portugal e, claro, da campeã Argentina. A França é outra fortíssima.

E não podemos esquecer de quem forma o segundo escalão europeu. Até porque foi diante dele que o Brasil caiu nas últimas Copas, contra Bélgica e Croácia.

Trégua política

Não dá para ignorar o efeito que o lado político gera na seleção. No cenário atual, uma trégua na CBF.

Samir Xaud assumiu o lugar de Ednaldo Rodrigues. A troca de presidente, embora tenha sido Ednaldo quem fechou com Ancelotti, gerou um ambiente de alívio na CBF. Pelo menos até agora.

Isso se refletiu no cotidiano da seleção nesta Data Fifa. Samir tem pregado "autonomia" a Ancelotti, contrapondo um período em que os jogadores reclamaram de falta de blindagem.

Copa do Mundo é torneio de tiro curto. O Brasil já chegou a Mundiais em crise e foi campeão. Por que não sonhar?

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