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Netanyahu acusa França, Reino Unido e Canadá de "encorajar" o Hamas

23/05/2025 08h01

Por James Mackenzie

JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou os líderes de França, Reino Unido e Canadá de quererem ajudar o grupo militante palestino Hamas, depois que eles ameaçaram tomar "medidas concretas" se Israel não interromper sua mais recente ofensiva em Gaza.

A crítica, que ecoou comentários semelhantes do ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, na quinta-feira, foi parte de uma reação do governo israelense contra a pressão internacional cada vez mais forte sobre ele por causa da guerra em Gaza.

"Vocês estão do lado errado da humanidade e do lado errado da história", disse Netanyahu.

À medida que o fluxo de imagens de destruição e fome em Gaza continua, alimentando protestos em países de todo o mundo, Israel tem se esforçado para mudar a opinião pública mundial, que está cada vez mais contra ele.

"É difícil convencer pelo menos algumas pessoas, precisamente da extrema-esquerda nos EUA e em alguns países da Europa, de que o que Israel está fazendo é uma guerra de defesa", disse o ex-diplomata israelense Yaki Dayan.

"Mas é assim que as coisas são percebidas em Israel, e preencher essa lacuna às vezes é uma missão impossível."

As autoridades israelenses estão particularmente preocupadas com os crescentes apelos para que países europeus, incluindo a França, sigam outros, como Espanha e Irlanda, no reconhecimento de um Estado palestino, como parte de uma solução de dois Estados para resolver décadas de conflito na região.

Netanyahu argumenta que um Estado palestino ameaçaria Israel e enquadrou o assassinato de dois funcionários da embaixada israelense em Washington nesta semana por um homem que supostamente gritava "Palestina Livre" como um exemplo claro dessa ameaça.

Ele disse que "exatamente o mesmo cântico" foi ouvido durante o ataque a Israel pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.

"Eles não querem um Estado palestino. Eles querem destruir o Estado judeu", disse o premiê em uma declaração na plataforma de rede social X.

"Nunca consegui entender como essa simples verdade escapa aos líderes de França, Reino Unido, Canadá e outros", declarou ele, acrescentando que qualquer iniciativa dos países ocidentais para reconhecer um Estado palestino "recompensaria esses assassinos com o prêmio máximo".

Em vez de promover a paz, os três líderes estão "encorajando o Hamas a continuar lutando para sempre", disse ele.

O líder israelense, cujo governo depende do apoio da extrema-direita, disse que o Hamas, que emitiu uma declaração saudando a medida, agradecia ao presidente francês Emmanuel Macron, ao primeiro-ministro britânico Keir Starmer e ao canadense Mark Carney pelo que ele disse ser a exigência deles de um fim imediato para a guerra.

A declaração dos líderes na segunda-feira não exigiu o fim imediato da guerra, mas a interrupção da nova ofensiva militar de Israel em Gaza e o fim das restrições à ajuda humanitária. Israel havia impedido a entrada de ajuda em Gaza desde março, antes de relaxar o bloqueio nesta semana.

"Ao emitir sua exigência -- repleta de ameaças de sanções contra Israel, contra Israel, não contra o Hamas -- esses três líderes efetivamente disseram que querem que o Hamas permaneça no poder", disse Netanyahu.

"E eles lhes dão esperança de estabelecer um segundo Estado palestino a partir do qual o Hamas tentará novamente destruir o Estado judeu."

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, disse que a França, que, assim como Reino Unido e Canadá, classifica o Hamas como uma organização terrorista, está "inabalavelmente comprometida com a segurança de Israel".

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