Delegação árabe denuncia 'proibição' de Israel à sua visita à Cisjordânia
Uma delegação de ministros das Relações Exteriores de países árabes denunciou, neste sábado (31), a "proibição" de Israel à sua visita à Cisjordânia ocupada, planejada para o domingo, depois que uma autoridade israelense afirmou que "não cooperará" com tais iniciativas.
Israel controla as fronteiras e o espaço aéreo deste território palestino ocupado desde 1967, exigindo sua aprovação para a visita de diplomatas estrangeiros.
Em uma declaração conjunta, a delegação condenou "a decisão de Israel de proibir a visita do comitê a Ramallah e a reunião com o presidente do Estado da Palestina, Mahmud Abbas", indicou o Ministério das Relações Exteriores da Jordânia.
O comitê é presidido pelo chanceler saudita, Faisal ben Farhan, e inclui seus homólogos de Jordânia, Bahrein e Egito, bem como o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.
O grupo decidiu adiar a visita a Ramallah porque o governo israelense "rejeitou sua entrada por via aérea na Cisjordânia ocupada, um espaço controlado por Israel".
A delegação afirmou que esta decisão constituiu uma "violação flagrante das obrigações de Israel como potência ocupante" e refletiu o "desrespeito de Israel ao direito internacional".
O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina expressou "profunda preocupação" e qualificou a decisão de Israel de "violação flagrante de suas obrigações em virtude do direito internacional como potência ocupante".
Um funcionário israelense havia anunciado anteriormente que seu país "não cooperará" com a visita.
"A Autoridade Palestina, que até hoje se recusa a condenar o massacre de 7 de outubro, pretendia organizar em Ramallah uma reunião provocativa de ministros das Relações Exteriores de países árabes para discutir a promoção da criação de um Estado palestino", disse o funcionário israelense.
"Sem dúvidas, um Estado assim se tornaria um Estado terrorista no coração da Terra de Israel. Israel não cooperará com tais iniciativas que visam prejudicá-lo e minar sua segurança", acrescentou.
Antes do início da guerra na Faixa de Gaza, a Arábia Saudita havia iniciado diálogos com Washington para normalizar as relações com Israel.
Desde então, no entanto, Riade pede o estabelecimento de um Estado palestino, o que distanciou a perspectiva de um acordo.
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