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Sogra suspeita de matar nora diz que envenenamento foi acidental

Luiz Antonio Garnica ao lado da mãe Elizabete Arrabaça - Reprodução / Redes Sociais
Luiz Antonio Garnica ao lado da mãe Elizabete Arrabaça Imagem: Reprodução / Redes Sociais
do UOL

Do UOL, em São Paulo

04/06/2025 16h45Atualizada em 04/06/2025 20h27

Elizabete Arrabaça, suspeita de matar a nora envenenada em Ribeirão Preto (SP), afirma que Larissa Rodrigues morreu após tomar acidentalmente um remédio que estava com veneno de rato. O MP-SP disse que a sogra pesquisou sobre "chumbinho" na internet.

O que aconteceu

A mulher, de 68 anos, disse que nem ela nem a nora, sabiam que o medicamento estava envenenado. A argumentação, que será analisada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, foi enviada em uma carta escrita a mão pela suspeita no sábado e juntada pela defesa ao inquérito.

Segundo Elizabete, Larissa teria tomado um comprimido de omeprazol que era da cunhada. Nathalia Garnica, irmã do marido da professora, morreu um mês antes dela. O corpo foi exumado pela polícia em 23 de maio para apurar a possibilidade de outro envenenado.

Elizabete teria pegado alguns remédios na casa da filha após sua morte. Na carta, ela escreve que Nathalia havia comprado o raticida para usar em sua casa e, por isso, a substância tóxica teria, de alguma maneira, infectado os medicamentos - matando a nora.

Em uma visita na casa de Larissa, a nora teria pedido um comprimido para sogra. De acordo com ela, a mulher disse que não estava se sentindo bem do estômago após comer uma marmita e pediu para tomar o remédio que a sogra carregava na bolsa.

A conclusão que cheguei nesses dias orando muito à Deus e suplicando uma luz divina foi de que a Nathalia havia colocado o veneno nas cápsulas de omeprazol, não existe outra explicação, infelizmente perdi duas filhas
Elizabete Arrabaça

A idosa diz ainda que, por também ter tomado o comprimido, corre risco de morrer. No escrito, ela se dirige ao ''meritíssimo juiz'' e cita uma série de problemas de saúde que vem enfrentando nos últimos dias. ''Sei que estou definhando, muita fraqueza, tentei escrever porque ainda estou na cadeia e piorando a cada hora'', falou.

Carta de Elizabete é confissão de feminicídio, diz defesa de Luiz. "Elizabete, ainda que indiretamente, confessa o feminicídio, aumentando sobremaneira a ilegalidade a qual está submetido preso [Luiz]", diz trecho da nota divulgada pela defesa dele.

Os advogados também questionam a manutenção da prisão do suspeito. "[Não há] qualquer elemento concreto de que solto atrapalhará tal colheita de prova, até mesmo porque, no período em que esteve em liberdade, jamais interviu em depoimentos prestados

Quero deixar bem esclarecido que eu sou inocente e meu filho Luiz Antonio também. Nós nunca faríamos qualquer maldade com um ser humano e nem com animais de estimação, somos uma família de amor, graças a Deus em nome de Jesus Cristo
Elizabete Arrabaça

Prisão temporária dela e do filho Luiz Antônio Garnica foi prorrogada ontem. A detenção dos dois, que estão presos desde 7 de maio, se encerraria nesta quinta-feira, mas foi estendida por mais 30 dias. O juiz José Alberto Bernardi Liberal argumenta que a manutenção deve ser feita porque ainda há apurações ''ainda pendentes de conclusão''.

Se não bastasse, o teor da carta agora aportada aos autos, redigida pela investigada, acentuada a necessidade de manutenção da prisão dos investigados, objetivando o necessário aprofundamento das investigações
Juiz José Alberto Bernardi Liberal

Relembre o caso

Larissa Rodrigues - Reprodução / Redes Sociais  - Reprodução / Redes Sociais
Larissa Rodrigues
Imagem: Reprodução / Redes Sociais

A professora de pilates Larissa Rodrigues, de 37 anos, morreu em março e um exame revelou envenenamento. Ela foi encontrada morta pelo companheiro no apartamento do casal. O laudo toxicológico concluiu a causa da morte como envenenamento após encontrarem a substância popularmente conhecida como ''chumbinho'' no corpo da vítima.

Veneno teria sido istrado ao longo da semana da morte de Larissa. Em entrevista coletiva, o delegado Fernando Bravo informou que a professora de pilates contou a algumas amigas que estava se sentindo mal, com sintomas como diarreia, toda vez que a sogra a encontrava.

Sogra tentou comprar chumbinho 15 dias antes. A suspeita teria ligado para uma amiga, que é proprietária de uma fazenda, perguntando se ela possuía a substância. Segundo o delegado, ela ainda perguntou onde poderia comprar o produto.

O marido Luiz Antonio tentou se desfazer de provas limpando o apartamento. De acordo com Bravo, o médico encontrou a esposa já com rigidez cadavérica e tentou limpar o apartamento para se livrar de pistas que pudessem ligá-lo ao caso. ''A participação dele ficou bem evidente para nós'', afirmou.

Médico mantinha relação extraconjugal

No dia anterior à morte de Larissa, o suspeito teria ido ao cinema com a amante. Quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento do casal, os investigadores também encontraram a mulher no local, que ou a ser investigada.

Motivação do crime, no entanto, continua sendo apurada. Os celulares da vítima, do médico, da sogra e da amante foram apreendidos e estão sendo analisados.

O que dizem as defesas

Defesa de Luiz nega que cliente tenha envolvimento na morte de Larissa. O advogado Julio Mossin disse que ainda não teve o aos autos, mas ''adianta que o Luiz não matou a esposa e nem concorreu para tanto''.

Advogado de Elizabete disse que não irá se manifestar no momento. Bruno Corrêa informou que a investigação ocorreu sob sigilo e deve ser liberada hoje para as partes. Por isso, aguarda para comentar sobre o assunto.

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