A fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), faz aceno claro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao afirmar que a ditadura militar é uma "questão de interpretação", analisou a colunista Carla Araújo no UOL News, do Canal UOL.
Ele [Zema] escapa dizendo que não quer responder, porque, na verdade, o único objetivo que ele queria dar com essa resposta, e para mim fica muito claro, é fazer um ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Carla Araújo, colunista do UOL
Em abril, Zema confirmou ser pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, em um cenário em que o ex-presidente Bolsonaro não consiga reverter a inelegibilidade. Em 2022, Zema foi reeleito no primeiro turno para governador de Minas.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ao prometer conceder indulto a Bolsonaro, caso seja eleito para o Palácio do Planalto, ele relativizou o regime autoritário que vigorou de 1964 a 1985 e disse que cabe aos historiadores "debater isso".
Ao Canal UOL, Carla considerou que a declaração de Zema foi para sinalizar o seu apoio a Bolsonaro.
[Bolsonaro] está dizendo que vai ser candidato, que vai levar até o fim, mesmo sabendo que está inelegível e pode ser condenado pelo STF. Ele tem aí nesse cardápio de governadores da direita que sonham com o Palácio do Planalto, alguns dos que [cobiçam] apoio do Bolsonaro.
Então, o objetivo do Zema, para mim, é muito claro, ele não quer responder sobre ditadura, ele literalmente foge da pergunta dos colegas. Ele deixa claro que não quer falar, a não ser simplesmente dizer para o Bolsonaro o seguinte: 'olha, qualquer coisa me apoia, que eu prometo que eu te dou uma anistia'. É isso que ele queria fazer, como já fez.
É quase como que a regra número um: avisar e garantir para o Bolsonaro que trabalharão para uma anistia. Carla Araújo, colunista do UOL
Bolsonaro está inelegível
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) formou maioria ainda em junho de 2023 para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030.
Com os incisivos votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Alexandre de Moraes, a Corte formou um placar de 5 votos a 2 para enquadrar o ex-chefe do Executivo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas.
Aliados defendem Tarcísio
Uma ala do PL (Partido Liberal), partido de Bolsonaro, vê a chapa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como preferida para a próxima eleição presidencial.
Ao UOL, fontes do PL disseram que a ala que apoia a dobradinha é "mesclada" —formada por políticos mais e menos ideológicos.
Professor: Zambelli criou mais problema para ela mesma ao fugir para os EUA
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a dez anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), criou mais um problema para ela mesma ao fugir para os Estados Unidos e anunciar que estaria se mudando para a Itália, avaliou o cientista político Marco Antonio Teixeira, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no UOL News.
Faltou tanta inteligência, que ela mesma despertou inclusive um sinal de alerta na própria Itália. Um deputado já demandou o governo pedindo posicionamento, e foi o mesmo deputado que em 2023 também acionou o governo sobre o possível pedido de cidadania da família Bolsonaro. Marco Antonio Teixeira, professor
A parlamentar e aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ontem que viajou para os Estados Unidos, mesmo condenada pelo STF a dez anos de prisão por mandar invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Horas depois da fuga, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a prisão preventiva da deputada.
O ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido e determinou hoje a prisão de Zambelli. O magistrado solicitou a inclusão do nome da parlamentar na lista de difusão vermelha da Interpol.
Em entrevista à rádio Auriverde, a deputada anunciou que tinha planos de sair dos Estados Unidos e se estabelecer na Europa. Zambelli possui cidadania italiana.
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