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Sinal de queda dos juros nos EUA e de distribuição de dividendos da Petrobras estimulam Bolsa

São Paulo

12/06/2025 11h55

Após cair 0,69%, na mínima aos 136.175,43 pontos, o Ibovespa virou para cima por volta das 11 horas e recuperava a marca dos 137 mil pontos da abertura desta quinta-feira, 12. A melhora coincidiu com a virada para cima nas ações da Petrobras e em um segundo momento, das bolsas norte-americanas.

Os papéis da estatal sobem na faixa de 2,00% apesar do recuo em torno de 0,80% do petróleo no exterior e após ontem o Bank of America (BofA) ter rebaixado a recomendação para a Petrobras de compra para neutra.

"A chance de distribuir dividendos extraordinários para cobrir o rombo fiscal estimula alta em Petrobras", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, ponderando, contudo, que parte da MP das alternativas ao aumento do IOF - publicada ontem em edição extra do Diário Oficial - não deve ser aprovada pelo Congresso e ainda que as opções não resolvem os problemas ficais do País.

Hoje ao chegar ao Ministério da Fazenda, o ministro Fernando Haddad disse que o conjunto de medidas que está sendo trabalhado pelo governo para compensar a mudança no decreto que havia elevado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) atende o cumprimento da meta fiscal deste ano.

Haddad detalhou algumas medidas que estão sendo cogitadas para tal, como dividendos extraordinários e o projeto de lei do óleo, enviado em 28 de maio para o Congresso e que autoriza a venda de petróleo de áreas do pré-sal não contratadas adjacentes aos campos de Mero, Atapu e Tupi.

Apesar também da queda de 0,21% do minério de ferro em Dalian, na China, as ações ligadas à commodity miravam alta e Vale diminuía queda para 0,47%, às 11h36.

Mais cedo, o petróleo chegou a cair em torno de 2,00%, em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, após a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá emitir alerta nível 4, desaconselhando totalmente viagens ao Iraque devido a risco iminente de um ataque israelense contra o Irã.

Nos EUA, hoje foi divulgado dado da inflação no atacado. O índice de inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e o núcleo do indicador subiram 0,1% em maio em relação a abril, na comparação com previsão de elevação de 0,2% e de 0,3%, respectivamente. Os dados saíram um dia após os números do I virem abaixo do esperado, reforçando as apostas em corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro.

No Brasil, saiu a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). As vendas no varejo cederam 0,4% em abril ante março, mostrando recuo menos intenso do que a mediana negativa de 0,7% das projeções. Já o varejo ampliado caiu 1,9% no quarto mês do ano ante abril do ano anterior, cedendo mais do que a mediana de retração de 1,4%.

Na avaliação de Spiess, da Empiricus, o recuo nas vendas do varejo tira a chance de alta da Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem, apesar de discurso recente do presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, ter sugerido nova elevação, conforme precificou o mercado. O juro básico está em 14,75% ao ano. "Existindo ou não nova alta da Selic, o fato é que o ciclo do aperto monetário está no fim. O próximo debate é quando vai começar a cortar a taxa", avalia.

Quanto ao IOF, o governo federal estima arrecadar R$ 10 bilhões este ano com a medida publicada ontem pelo governo que cria limites à compensação tributária. Essa é a proposta com maior potencial arrecadatório do pacote de ações voltadas ao aumento de receita e controle de gastos como alternativa à elevação do IOF.

Às 11h45, o Ibovespa subia 0,16%, aos 137.346,15 pontos, ante elevação de 0,29%, na máxima aos 137.529,48 pontos, depois de recuar 0,69%, com mínima a 136.175,43 pontos. Petrobras tinha alta em torno de 1,70% e Vale cedia 0,39%. Entre os grandes bancos, só Unit de Santander cedia (-1,46%), devolvendo parte da valorização da véspera, além de BB (-0,42%).

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