Juiz nega pedido de libertação de ativista pró-Palestina Mahmoud Khalil
Por Luc Cohen
(Reuters) - Um juiz federal dos Estados Unidos negou nesta sexta-feira o pedido de libertação de Mahmoud Khalil, estudante da Universidade de Columbia, após promotores federais mudarem o argumento para mantê-lo detido no âmbito da repressão a ativistas pró-palestinos.
O juiz distrital Michael Farbiarz, de Newark, Nova Jersey, havia afirmado na quarta-feira que o governo não poderia usar interesses de política externa como justificativa para a detenção de Khalil.
Nesta sexta-feira, no entanto, o governo afirmou que também estava detendo Khalil, um residente permanente legalizado dos Estados Unidos, sob acusação de fraude imigratória.
Em resposta, Farbiarz declarou que os advogados de Khalil não conseguiram demonstrar por que seria ilegal mantê-lo detido com base nessa acusação, a qual o estudante nega.
A decisão representa mais um capítulo na tentativa de Khalil de ser libertado de um centro de detenção na Louisiana, onde está desde sua prisão, em março, pelo envolvimento em protestos pró-Palestina, um movimento que o presidente norte-americano, Donald Trump, classificou como antissemita.
A detenção do estudante foi criticada por grupos de direitos civis, que a classificaram como um ataque à liberdade de expressão política.
Marc Van Der Hout, advogado de Khalil, disse que o governo praticamente nunca deteve pessoas por fraude imigratória, e que o estudante, nascido na Síria, está sendo punido por se opor à guerra de Israel contra Gaza, apoiada pelos EUA, após o ataque do Hamas em outubro de 2023.
"A detenção de alguém com base em uma acusação como essa é extremamente incomum e, francamente, revoltante", disse Van Der Hout. "Continua não havendo base constitucional para sua detenção."
Khalil, estudante de pós-graduação da Escola de Relações Públicas e Internacionais da Universidade de Columbia, foi preso por agentes de imigração no saguão da residência universitária onde vivia, em Manhattan, no dia 8 de março.
(Reportagem de Luc Cohen em Nova York; reportagem adicional e redação de Andrew Hay no Novo México)