Topo
Notícias

Lula pede que ONU assuma custos das forças de segurança no Haiti

13/06/2025 15h09

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira que a Organização das Nações Unidas (ONU) assuma o financiamento da força multinacional de segurança no Haiti ou a transforme em uma missão de paz, em meio à crise que o país caribenho enfrenta há anos, e prometeu ajuda do Brasil para organizar as eleições haitianas.

"É preciso que a comunidade internacional se engaje em prol de um plano nacional de desenvolvimento do país", disse Lula na abertura de cúpula entre o Brasil e países caribenhos, em Brasília.

"Estabilizar a situação de segurança é fundamental para que se possa dar o próximo o do processo político e realizar eleições presidenciais. Estamos à disposição para cooperar na organização do pleito. O Brasil apoia que a ONU assuma parte do financiamento da missão multinacional de segurança ou a converta em uma operação de paz", continuou.

O Haiti é comandado por um conselho de transição desde abril de 2024, quando o então primeiro-ministro, Ariel Henry, renunciou. Ele havia assumido o cargo em 2021, depois que o então presidente, Jovenel Moise, foi assassinado.

O país mergulhou em uma onda de violência desde então, agravando a situação de crise humanitária que se mantém desde o catastrófico terremoto de 2010 -- que deixou mais de 100 mil mortos -- com gangues dominando as cidades e portos e aeroportos fechados.

O Brasil chefiou uma missão de paz no Haiti por 13 anos, até 2017, quando a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) foi encerrada. O país foi instado a assumir novamente uma força de segurança no Haiti, mas recusou, oferecendo apoio técnico. Uma Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS) foi aprovada pela ONU em 2023, liderada pelo Quênia, mas tem em campo apenas cerca de 900 homens.

Lula anunciou ainda que o Haiti será um dos países selecionados para receber os primeiros projetos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que organizará um projeto de transferência de renda no país. O projeto terá recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que fará uma doação ao país.

De acordo com o banco, serão US$283 milhões a serem investidos em programas de transferência de renda, alimentação escolar, infraestrutura, entre outros. De acordo com o presidente do BID, Ilan Goldfajn, o banco trabalha com um grupo de ONGs e instituições das Nações Unidas para operacionalizar as ações.

"Não estamos esperando as condições perfeitas, porque temos aqui o país mais carente da região", disse Goldfajn, ao comentar que não era possível aguardar por uma solução para as questões de segurança antes de agir.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Notícias