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China e EUA iniciam negociações em Londres para aliviar as tensões comerciais

09/06/2025 10h55

Um mês após o encontro em Genebra, Estados Unidos e China iniciaram nesta segunda-feira (9) uma nova rodada de negociações em Londres, que continuarão na terça, na esperança de superar suas diferenças e estender sua frágil trégua comercial.

A reunião, realizada no Palácio de Lancaster House, no centro da capital inglesa, será retomada na terça-feira a partir das 10h locais (6h em Brasília), confirmou à AFP uma fonte próxima ao encontro.

Os mercados acompanham de perto as conversas entre as duas principais potências econômicas do mundo, mas analistas acreditam que serão menos frutíferas do que as realizadas na Suíça, quando Pequim e Washington concordaram em reduzir significativamente suas respectivas tarifas por 90 dias.

"Estou recebendo bons relatos. Tudo está indo bem com a China. Mas a China não é fácil", declarou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos jornalistas no final do dia.

As negociações, lideradas do lado chinês pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng, começaram no início da tarde, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. 

A delegação americana é composta pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, pelo secretário do Comércio, Howard Lutnick, e pelo representante comercial da Casa Branca (USTR), Jamieson Greer.

- Metais estratégicos -

Esta reunião ocorre após uma conversa telefônica na quinta-feira entre os presidentes dos Estados Unidos e da China, descrita por Trump como "muito positiva", enquanto Xi Jinping pediu ao seu homólogo que "retomasse o rumo do grande navio das relações sino-americanas", segundo a imprensa chinesa.

Também chegam depois de um forte aumento das tensões na semana ada, quando Trump acusou Pequim de não respeitar os termos do acordo de desescalada assinado em Genebra.

"Em Genebra, concordamos em reduzir nossas tarifas e eles aceitaram permitir a exportação de ímãs e terras raras que precisamos", declarou nesta segunda à CNBC Kevin Hasset, principal assessor econômico de Trump.

Mas, segundo ele, embora a China tenha permitido essas exportações, "tem sido em um ritmo muito mais lento do que as empresas consideram ideal".

Os envios de metais de terras raras de Pequim, fonte de discórdia entre os dois países, devem ser um dos principais temas das negociações. Essas matérias-primas são cruciais para uma ampla gama de produtos, incluindo as baterias de veículos elétricos.

Segundo Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da XTB, "os Estados Unidos querem ver uma recuperação" no ritmo de envios desses metais estratégicos, que desacelerou desde o início da guerra comercial iniciada por Donald Trump.

Já a China gostaria que "os Estados Unidos reconsiderassem as restrições à imigração de estudantes, as limitações ao o a tecnologias avançadas, especialmente microprocessadores, e facilitassem o o de fornecedores de tecnologia chineses aos consumidores americanos", acrescenta Brooks.

Questionado sobre a possibilidade de levantar certos controles à exportação, Trump respondeu com um evasivo "veremos".

Na Suíça, Washington concordou em reduzir as tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, em troca de uma medida semelhante de Pequim, que reduziu as tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10% por um período de 90 dias.

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© Agence -Presse

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