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Secretário dos EUA, Rubio já foi rival de Trump e é próximo dos Bolsonaro

Marco Rubio anunciou a restrição de vistos contra autoridades estrangeiras  - Jim WATSON / AFP
Marco Rubio anunciou a restrição de vistos contra autoridades estrangeiras Imagem: Jim WATSON / AFP
do UOL

Colaboração para o UOL*

29/05/2025 13h08

O nome de Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, está em evidência desde ontem, quando ele anunciou a restrição de vistos contra autoridades estrangeiras que sejam consideradas pelo governo como responsáveis por censurar cidadãos ou empresas norte-americanas. Diplomatas avaliam que a iniciativa pode afetar o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Quem é Marco Rubio

Filho de cubanos que se mudaram para os Estados Unidos, Rubio nasceu em Miami, na Flórida, em 1971. O pai trabalhava como barman e a mãe, como camareira de hotel.

A carreira pública dele teve início em seu estado natal. Ele foi comissário municipal em West Miami e presidente da Câmara dos Representantes da Flórida.

Em 2011, Rubio foi eleito senador pela Flórida. Durante a agem pela casa, ele atuou no Comitê de Relações Exteriores, foi vice-presidente do Comitê Seleto de Inteligência, membro do Comitê de Dotações e do Comitê de Pequenas Empresas e Empreendedorismo.

O republicano é casado com Jeanette Dousdebes, com quem tem quatro filhos. Ele é formado em direito pela Universidade de Miami.

Antes de ser aliado de Trump, ele foi alvo de comentários ofensivos do atual presidente. Em 2016, quando os dois disputavam o posto para representar o Partido Republicano nas eleições presidenciais, Trump ou a chamar Rubio de "Little Marco" (o equivalente a "Marquinhos"), por causa da altura do então rival —ele mede entre 1,73 e 1,78 m, enquanto o presidente tem cerca de 1,90 m, segundo o jornal "The Washington Post". Trump também afirmou que Rubio era um "cara desagradável" e um "con man", termo em inglês que indica uma pessoa que usa "truques" para enganar os outros.

Rubio, por sua vez, rebateu as críticas e chamou o colega de partido de "armadilha" para a direita. "Donald Trump tem feito um dos espetáculos mais vulgares da história política dos Estados Unidos", disse à época.

A reviravolta ocorreu no fim do ano ado, quando Trump nomeou o ex-rival para um cargo-chave no governo. Ser secretário de Estado nos EUA equivale ao título de ministro das Relações Exteriores. Rubio foi o primeiro membro do gabinete a ser confirmado no segundo mandato de Trump e recebeu uma votação unânime no Senado, com 99 votos a favor de sua nomeação.

Ele tomou posse em janeiro deste ano. De acordo com o portal oficial do Departamento de Estado dos EUA, Rubio é a autoridade hispano-americana de mais alto escalão na história do país.

Ao longo de sua atuação no governo, Rubio criticou Cuba e países da América Latina como a Venezuela. Sob o comando dele, o Departamento de Estado restringiu vistos para cubanos e incluiu o país em sua lista de tráfico de pessoas. Em comunicado em fevereiro deste ano, Rubio reafirmou que Cuba explora a mão de obra de seus cidadãos e "continua se beneficiando do trabalho forçado de seus trabalhadores".

Rubio também tem participação em leis sobre a China. Ele foi autor de leis bipartidárias sobre o país asiático, com foco em "violações de direitos humanos contra os uigures e em Hong Kong", segundo o Departamento de Estado dos EUA.

Proximidade com Eduardo Bolsonaro

Rubio e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) começaram a se aproximar em 2018. Na ocasião, o senador recebeu o filho de Jair Bolsonaro (PL) e aliados em viagem aos EUA. Eles voltaram a se encontrar em 2020, durante uma agenda de Bolsonaro nos EUA.

Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Marco Rubio em foto de 2020 - Reprodução/X/@jairbolsonaro - Reprodução/X/@jairbolsonaro
Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Marco Rubio em foto de 2020
Imagem: Reprodução/X/@jairbolsonaro

Em 2019, quando Bolsonaro assumiu a Presidência, Rubio escreveu um artigo elogioso na CNN. Nele, dizia que a posse do político inaugurava "uma nova era na política brasileira que marca um rompimento drástico com os governos esquerdistas e antiamericanos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff".

A decisão de ontem de restringir vistos a estrangeiros agradou Eduardo Bolsonaro. Ele está morando Estados Unidos desde fevereiro e postou um vídeo no X (antigo Twitter) comentando a medida: "Rubio deixando as coisas mais claras. Para bom entendedor pingo é 'i'", escreveu na legenda. Na última segunda, o ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e autorizou a abertura de um inquérito para investigar o deputado pela atuação nos EUA contra autoridades brasileiras.

*Com informações da AFP e do Estadão Conteúdo

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